Restaurante Kardoso

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Foi com enorme satisfação que redescobrimos o Sr. António Cardoso e a sua mulher Japonesa Yuku. As nossas memórias nunca se esqueceram das duas óptimas refeições tidas no restaurante O Paparico que era pertença do Sr. Cardoso. Soubemos depois que o Sr. vendeu esse restaurante mas, apesar de termos lido boas referências sobre o actual restaurante O Paparico (com nova gerência) ainda não o visitámos.
Ao contrário do anterior restaurante no actual Kardoso o horário já inclui aberturas à hora de almoço, o que nos agrada bastante, sendo os dias de fecho o domingo, a segunda-feira, e ao almoço de terça-feira.
A primeira vez que fomos ao anterior restaurante O Paparico do Sr. António Cardoso, foi num jantar em Dezembro. Chegámos ao local que pensávamos que era o restaurante O Paparico e entrámos e sentámo-nos numa mesa, de seguida perguntámos a quem nos veio atender se estávamos no restaurante O Paparico, ao que nos foi dito que não que estávamos no Yuku, e que o Paparico ficava na porta ao lado tendo de se tocar à campaínha. Agradecemos a informação e fomos tocar à porta do Paparico. O Sr. Cardoso abriu-nos a porta e de uma forma muito cordial disse-nos que tinha a casa ocupada para um jantar de grupo de médicos, no entanto pediu-nos para esperarmos um pouco. Pouco depois veio dizer-nos que normalmente só tinha lugares disponíveis por reserva, mas que tinha arranjado uma pequena mesa para dois na sala contígua. Dessa e da seguinte vez o serviço foi de uma perfeição pouco usual e tudo o que comemos de excelência.

Agora fomos almoçar ao restaurante Kardoso, sem reserva, numa quarta-feira, estando a casa bem composta. O serviço continua excelente, agora prestado por uma senhora que prima pela simpatia e eficiência. O Sr. Cardoso continua sempre a pesquisar o melhor ingrediente e prato afinado de sabores e temperos, e a Sra. Yuku na cozinha a cozinhar de forma suberba.
Esta é uma casa de bons comeres, como está escrito no seu cartão de visita, onde não se vai para ser visto ou para se ver, vai-se para usufruir dos prazeres de bem comer e conviver de forma sã.

Pedimos dois copos de sangria. A sangria excelente, vem nuns copos balão enormes, com uma palhinha e um palito grande para podermos "pescar" a diversa fruta que tem. Muito fresca e saborosa, sem teor em alcool excessivo, contém uma autêntica salada de fruta, feuta ao momento e com óptima fruta, muito saborosa, com kiwi, maçã, laranja, figo, uvas, banana. Uma excelente opção para dias mais quentes.
Comecemos então por nos deliciar com estas maravilhas. A primeira foi proposta do Sr. Cardoso que é sempre de seguir.
Chama-se "Kézuma". É um cachorrinho cortado de forma idêntica aos famosos cachorrinhos da "Gazela" da Batalha (Porto). Temos um pão simples tostado e quente onde tem no seu interior uma salsicha alemã de ervas, muito saborosa, umas fatias finas de bom presunto, bem saboroso e nada salgado, um queijo derretido com sabor mais neutro e um pouco de molho um pouco picante com tomate. É de comer e "chorar por mais". É verdade que o picante muito suave "pede" o acompanhamento da bebida.
Seguimos, sempre num ritmo certo (sem presas nem vagares), para duas pataniscas. Muito boas estas pataniscas, muito quentes (o que nos trava um pouco a "gula" de comer depressa), prensadas, bem fritas, com bom bacalhau desfiado, salsa, cebola e batata. Quebradiças por fora e macias e húmidas por dentro. Não sei porquê mas ficámos com a sensação que as anteriores do Paparico eram um pouco melhores, apesar também serem feitas pela Yuku. Ou será que antes não tinha batata?
E a seguir veio a alheira cozida em vinho branco. Logo ao chegar a alheira inteira ela é-nos cortada em quatro pedaços (vendo-se um pedaço na foto). O Sr. Cardoso tem quem as faz como fornecedor, em Resende, e estas alheiras são uma maravilha, recheio sem gordura, a carne desfiada, o sabor excelente. E ainda por cima Yuku coze-as em vinho branco de uma forma primorosa, cozedura essa que faz com que a alheira liberte a sua gordurta  para o vinho. Estas alheiras são inesquecíveis (continuam como eram), e depois de as comer as outras alheiras tornam-se uma decepção.
De prato (considerando os anteriores petiscos ou entradas) pedimos uma dose de "costelinhas à moda da minha mulher" como acompanhamento um arroz maravilhoso. O arroz solto e muito saboroso a acompanhar. Ainda uns saborosos tomates cereja e rodelas de lima. As costelinhas divinais, muito bem cozinhadas, com carne muito saborosa, tenra e com um toque de molho saboroso. Nada de gordura na carne e uma delícia roer a carne à volta dos ossos. Maravilhoso.
De sobremesa:
Uma "Queijada do diabo". Um pedaço quadrado de uma tarte de queijo muito macia e saborosa. Ainda umas cerejas em calda e seu molho, e umas claras muito macias e saborosas. Muito bom.
Um café Nespresso "Roma", onde o cliente escolhe a cápsula que mais gosta.
Por esta excelente refeição para duas pessoas pagámos 41,4€.
E logo que possível vamos voltar.      

Localização no Porto: